sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Vá em paz, 2010

E há muito tempo eu não queria tanto que um ano terminasse como espero que 2010 termine. Que termine, vá embora e me esqueça. Não, mas sem mágoas!

Parece que esse ano durou 5 anos...

Lembro das alegrias de alguns anos atrás; em especial, levo um carinho enorme por 2009. Tinha um gostinho bom, de alegria, um gostinho bom de expectativas e felicidades e medo e vontade de viver.

-Amanhã é dia de nascer de novo.

É, Caio, é o que eu desejo. Que esse ano seja repleto de constantes (re)nascimentos.

Entendo que as coisas jamais serão leves. Tenho uma eterna inclinação por tudo aquilo que é sombrio e intenso - e acho a loucura muito mais sincera do que o comedimento.

Sei que apesar de minha eterna bipolaridade, meu lado sincero é uma das coisas que mais tenho orgulho. E por uma pura sinceridade, digo que não sei o que esperar do futuro, mas sei que há algo bom se construindo em meu presente e eu quero que seja especial.

Viver é bom nas curvas da estrada...


Boa noite! E que 2011 seja doce.


As coisas vão dar certo.
Vai ter amor, vai ter fé,
vai ter paz – se não tiver, a gente inventa.
(Caio Fernando Abreu)

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

o tudo

E quando te ferirem,
deixe que o sangue jorre
enlouquecendo também os
que te feriram.
(Caio F. Abreu)

Não sinto nada mais ou menos, ou eu gosto ou não gosto. Não sei sentir em doses homeopáticas. Preciso e gosto de intensidade, mesmo que ela seja ilusória e se não for assim, prefiro que não seja.
Não me apetece viver histórias medíocres, paixões não correspondidas e pessoas água com açúcar. Não sei brincar e ser café com leite. Só quero na minha vida gente que transpire adrenalina de alguma forma, que tenha coragem suficiente pra me dizer o que sente antes, durante e depois ou que invente boas estórias caso não possa vivê-las. Porque eu acho sempre muitas coisas - porque tenho uma mente fértil e delirante - e porque posso achar errado - e ter que me desculpar - e detesto pedir desculpas embora o faça sem dificuldade se me provarem que eu estraguei tudo achando o que não devia.
Quero grandes histórias e estórias; quero o amor e o ódio; quero o mais, o demais ou o nada. Não me importa o que é de verdade ou o que é mentira, mas tem que me convencer, extrair o máximo do meu prazer e me fazer crêr que é para sempre quando eu digo convicto que "nada é para sempre."

domingo, 14 de novembro de 2010

extremamente interior

Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida. Mas antes da pré-história havia a pré-história da pré-história e havia o nunca e havia o sim. Sempre houve. Não sei o que, mas sei que o universo jamais começou.
Que ninguém se engane, só consigo a simplicidade através de muito trabalho.
Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever. Como começar pelo início, se as coisas acontecem antes de acontecer? Se antes da pré-pré-história já havia os monstros apocalípticos? Se esta história não existe, passará a existir. Pensar é um ato. Sentir é um fato. Os dois juntos - sou eu que escrevo o que estou escrevendo. Deus é o mundo. A verdade é sempre um contato interior e inexplicável. A minha vida é a mais verdadeira irreconhecível, extremamente interior e não tem uma só palavra que a signifique. Meu coração se esvaziou de todo desejo e reduz-se ao próprio último ou primeiro pulsar. A dor de dentes que perpassa esta história deu uma fisgada funda em plena boa nossa. Então eu canto alto agudo uma melodia sincopada e estridente - é a minha própria do, eu que carrego o mundo e há falta de felicidade. Felicidade? Nunca vi palavra mais doida, inventada pelas nordestinas que andam por aí aos montes.

extremamente interior

Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida. Mas antes da pré-história havia a pré-história da pré-história e havia o nunca e havia o sim. Sempre houve. Não sei o que, mas sei que o universo jamais começou.
Que ninguém se engane, só consigo a simplicidade através de muito trabalho.
Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever. Como começar pelo início, se as coisas acontecem antes de acontecer? Se antes da pré-pré-história já havia os monstros apocalípticos? Se esta história não existe, passará a existir. Pensar é um ato. Sentir é um fato. Os dois juntos - sou eu que escrevo o que estou escrevendo. Deus é o mundo. A verdade é sempre um contato interior e inexplicável. A minha vida é a mais verdadeira irreconhecível, extremamente interior e não tem uma só palavra que a signifique. Meu coração se esvaziou de todo desejo e reduz-se ao próprio último ou primeiro pulsar. A dor de dentes que perpassa esta história deu uma fisgada funda em plena boa nossa. Então eu canto alto agudo uma melodia sincopada e estridente - é a minha própria do, eu que carrego o mundo e há falta de felicidade. Felicidade? Nunca vi palavra mais doida, inventada pelas nordestinas que andam por aí aos montes.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Vem dançar a dança das estações

Engraçado ver tudo começar de novo! O nervoso, a vontade de adiar tudo, cancelar, esquecer... Mas, ah, é gostoso, é sim, ver o interesse nascer naturalmente, e querer estar perto, se longe, ou estar mais perto, se perto, - que é que eu sei!

Fica perto então
que tanta solidão já feriu demais.

Não, não, talvez eu esteja me precipitando. Talvez ainda seja cedo para aceitar essa maluquice novamente. Acho que não estou pronta para separar o que sou eu do que ele foi. Calma! A vida é aos poucos. Ou não. Por que é que nesse mundo não tem paz? Por que tanta paixão?

(Um dia desses eu te conto a minha história)

Quem será que me buscaria no Hades? No inferno, quem sabe.
A vida acontece de repente. O amor é que chega de mansinho. Aos poucos a gente aprende - que esperar não basta.

Gosto de te ver rindo
e da riqueza das coisas simples
que guardo qual tesouros.
E a beleza está em não ter pressa.
Que corremos demais, meu amor,
e é hora de parar, deitar na grama,
falar só besteira e rir da vida.


A gente tem de andar conforme dita a nossa necessidade, e chorar, chorar, amar, amar e amar, assim, de repente, do nada, nem que seja pela primeira vez. Me explica com que cara eu vou sair. Nem que seja pela última vez, olhar aquela vida toda que esteve nas suas mãos, aceitar a nova morte como tantas vezes buscara a bela.
Não. Quero vivê-lo em cada vão momento. O novo. O mundo todo, todo, todo. Essa busca perdida pelo que uma única vez fora achado - e ainda no lugar errado. Não há arrependimento. Todo amor, real, nem que além de todas as possibilidades, nem que um já não saiba, já tenha perdido a capacidade de aceitar essa mão, todo amor, bem feito, é uma parte que morre, ou que vive, não sei. Não sei. Sei que o mundo é grande, que a vida, que a vida só a mim pertence - por mais que eu tenha tentado tanto deixá-la onde não devia, com quem não devia. Com quem não devo. Pelo que foi, tudo valeu.
Orfeu, o mundo é meu, Orfeu.

domingo, 7 de novembro de 2010

pela janela

"Perder-se também é caminho"
(Clarice Lispector)


Frágil – você tem tanta vontade de chorar, tanta vontade de ir embora. Para que o protejam,
para que sintam falta. Tanta vontade de viajar para bem longe, romper todos os laços, sem
deixar endereço. Um dia mandará um cartão-postal de algum lugar improvável. Bali,
Madagascar, Sumatra. Escreverá: penso em você. Deve ser bonito, mesmo melancólico, alguém que se foi pensar em você num lugar improvável como esse. Você se comove com o que não acontece, você sente frio e medo. Parado atrás da vidraça, olhando a chuva que, aos poucos começa a passar.

uma tarde dessas

"Canibais de nós mesmos,
antes que a terra nos coma...
Porque a gente é assim?"
(Cazuza)

À procura de novos vícios, embora seja o que eu menos precise no momento. Talvez o cigarro seja uma alternativa; preciso de algo que preencha esse vazio insesante e incompreensível que há aqui dentro e a sujeira do cigarro, a sujeira contida em sua fumaça talvez fosse o que mais corresponde. Algo que preencha a alma? É, talvez. Talvez.
Com o sol a pino, me vi andando perdida por lugares onde sempre estive, mas que agora fazem parte de uma lembrança tão distante. Ah, uma vontade de me perder de repente por aí, sem que ninguém possa me encontrar. Cinco anos.
No último ano tive tudo, mas a insônia é a amiga permanete, não me deixa, nem que eu peça; está sempre aqui, lado a lado, me fazendo pensar e colocando meus demônios na minha frente. A falta.
Seres humanos, feitos de carne. Sim, é do que somos feitos e estamos completamente
sozinhos. Insatisfeitos, portanto.

"Ah, tenta não ligar pra essa gente chata e sem graça"
(N. Altro)

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

uma orelha envolta de um pano vermelho


As suas mãos me acenam, não parecem
ter morrido; cheia de presentes, caixas coloridas(...)
Vou correndo, vou agora, resgatar o meu amor
(Cazuza)

Um grito fino que estremeceu até as paredes do inferno. Grito profundo. Lágrimas de ferro. Ele a havia perdido para sempre; para todo o sempre...Sua visão se tornava ofuscada e aos poucos, a figura que representava sua vidae toda sua felicidade se perdia no vento.
Agora, essa era a única cena que vinha em sua mente
: o grito, o fim, o grito, a volta.
Em meio a cantos, enquanto seus membros são dilacerados, ele sentia uma alegria: afinal, não era o fim.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

que vá

Como é que eu podia saber que
aquelas rosas eram carnívoras?
(Caio F. Abreu)


Quando Dafne finalmente se jogou nos braços de Apolo, ela morreu queimada.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

ao que é bom nesta vida

Não sei viver de mentira.
Não sei voar de pés no chão.
Sou sempre eu mesma,
mas com certeza não serei a mesma pra sempre.
(Clarice Lispector)




Tudo mudou
O que foi que aconteceu
que de repente acordamos nesses dias?
Ainda posso sentir o sabor
do que a gente perdeu.
E ainda penso em você, acredita?

Vem dar valor ao que é bom nessa vida
que é tolice viver por viver,
e já é dia de deixar pra trás a dor e o "tanto faz".
É cedo ainda.

Fomos tolos e egoístas pra crescer.
Crescer sem alegria.

Dizer "pra sempre" é bem menos
do que sentir na carne querer de verdade
E tem coisas que não vão sumir, você sabe
Tem um lugar em mim que é só teu
e nada vai mudar porque é meu.
Mesmo que a gente deixe errado
a que a gente escolheu.


terça-feira, 2 de novembro de 2010

morte...





E como quem sai de um enterro
Cheguei e coloquei toda a roupa pra lavar.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

balanço

Eu era como uma criança em um balanço, tomada de um frio na barriga que me fazia querer parar, descer, desistir; ao mesmo tempo em que me impelia a continuar de todo jeito. E era sempre assim. Uma angústia que só se repetia enquanto o balanço descia - e que era esquecida logo que ele voltasse a subir. No entanto, não me preocupava descer do balanço, porque sabia que ele continuaria ali, e que sempre haveria muitos balanços no mundo.
Saí da escola, então. Deixei o antigo balanço para subir em outros - maiores, coloridos, fascinantes. Por muito tempo, ocupei-me com aquela sensação de paixão e pavor, sem dar conta de que era ela que me prendia à vida (e não o brinquedo em si).

Até que um dia me cansei do balanço e segui em busca de um novo tormento.

Amei, enfim.

Eu era tão criança e ainda sou
Querendo acreditar que o dia vai raiar
Só porque uma cantiga anunciou

domingo, 31 de outubro de 2010

Caixinha de presentes

- Uma vitória louca, uma vitória doente. Não era amor. Aquilo era solidão e loucura, podridão e morte. Não era um caso de amor. Amor não tem nada a ver com isso. Ela era uma parasita. Ela o matou porque era uma parasita. Porque não conseguia viver sozinha. Ela o sugou como um vampiro, até a última gota, para que pudesse exibir ao mundo aquelas flores roxas e amarelas. Aquelas flores imundas. Aquelas flores nojentas. Amor não mata. Não destrói, não é assim. Aquilo era outra coisa. Aquilo é ódio.

Nessa eternidade em que
as cervejas vem e vão,
e as histórias passam conosco ou por nós,
nós, almas machucadas, as vezes falamos muito,
as vezes não falamos nada,
mas na maioria das vezes que isso acontece
eu me pergunto
se é enfim o fim dessa maldita busca.
Queria muito que fosse.
Sempre quero.
Me abraça então...
Quero um pouco de paz.

Acreditar

Queria poder tirar um dia da minha vida, não só um dia, eu queria a eternidade. Queria sair por ai pisando e esmagando sentimentos como se fossem formigas! mas como assim formigas? Eu me perguntei - Nem as pequenas, inocentes formigas mereciam isso, quanto essas pessoas invejosas que só sabem atrasar a vida de pessoas que sim merecem ser alguém na vida. Hoje mesmo me pergunto... Porque existe pessoas assim? É, nesse mundo tão cruel, eu espero de tudo, até uma grande tempestade de canivetes! Hoje mesmo, se eu pudesse sairia varrendo essas pessoas invejosas, como se fossem ciscos, ou se não pegava um por uma e guardava dentro do meu bolso, e fechava com um grande zipper eternamente. Hoje estou sozinho, não completamente sozinho, mas sim com Deus o meu grande amigo e poderoso pai, que eu sei que está comigo nos piores e melhores momentos, e sei que ELE nunca vai dar falhas comigo, porque eu nunca falharia com ele. Ás vezes eu chego em um momento da minha vida e fico me perguntando... Porque nada é do jeito que a gente quer? Aí que vem aquela tempestade de respostas. Hoje em dia para você ter algo, você precisa se esforçar, ter vontade, lutar pelo que você quer, realmente hoje em dia você só vale o que tem! Então, estou me libertando dessa preguiça, estou completamente cansado dessa vida de não fazer nada. Ultimamente ando não me entendendo muito bem, é cada coisa hilariante, misteriosa que passa por mim, que nem minha própria alma gêmea me entenderia! È, complicado. Talvez eu esteja cansado das mesmas coisas de sempre, quero mais emoções, quero coisas extraordinárias, quero o presente e sem pensar no futuro, quero alegria, quero tristeza, é to precisando mesmo é de um novo amor. Mas eu vou na fé, não tenho pressa para o amor, eu tenho paciência e vou esperar... Quanto mais demorar, melhor vai ser. Lembre - se '' A felicidade pode está na sua porta, basta você abri-la e agarra-la bem forte, e aproveita-la cada minuto que for preciso. Não tenha pressa para nada, deixa rolar, deixa fluir, o tempo vai ter trazer quem você merece, e concerteza vai chegar essa sua hora, e quando chegar você vai ter que saber aproveita-la e faze-la valer a pena! E Claro que muitas pessoas vão fazer questão de te derrubar, mais seja forte, não abaixe a cabeça e não levante o nariz mais alto, olho no olho ja é o suficiente. Seja sempre você mesmo, não dependa de ninguém, a única pessoa que você possa confiar e que vai poder estar ao seu lado é Deus. Mas basta você acreditar e ser forte, e lutar pelo que você realmente deseja e quer. Hoje em dia eu não dependo dos meus pais, de amigos, de nada. Eles me ajudaram muito, e hoje eu que preciso cuidar deles, e satisfazê-lo, o que eles fizeram por mim eu vou fazer para eles tudo em doubro. Um tempo atrás, fiquei super mal, pra baixo, pensando que nada ia dar certo e ao tempo de querer sumir, me distânciei de pessoas que estavam presente no meu dia - a - dia e só me faziam mal. Mas pensei bem, não vou ficar assim, eu sou forte e tenho cabeça para isso, não quero ser derrubado por elas, não quero desistir de nada, não quero pensar negativo, quero mesmo é viver sem pensar no que vai ser daqui algumas horas, quero construir um novo começo para minha vida, então decidido: Vou recomeçar! E hoje estou aqui, de bem com a vida sem contas para pagar, sem se preocupar com o mundo, eu quero continuar assim, vivendo, vivendo dias e mais dias feliz da vida, sem dar motivos para que falem de mim, quero é escrever, pensar, viver, e voar nesse mundo maravilhoso. Enfim, ''Seja qual for a dor, LUTE! por mais que doa. '' E lembre - se '' Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer: - E daí? Eu Adoro voar. ''

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Viver: Aprender


Antes, eram listras. Confusas. Pretas, brancas, pretas, brancas, brancas, pretas, brancas.. Monotonia cega e sem vida. Mas as cores despertas em um sentimento, me encheram a vista, e hoje me fazem um foco. Limpo. Sóbrio.. Porém, ainda cretino. Sem a melancolia e as quedas dos dias, nunca aprenderei a ser forte.
Ainda não sou forte o bastante.. Mas já sei ignorar. Aprendi a superar.

domingo, 3 de outubro de 2010

Pais & Filhos: o início

Ela olhou com tanto cuidado a folha de papel.
Havia a mesa, a caneta e um copo d'agua (que pelo fato de estar gelada, marcou um círculo naquela parte do objeto). Do outro lado do quarto pegou uma cadeira e arrastando-a delicadamente chegou ao seu tão esperado lugar.
Não sabia por onde começar, na verdade, nem pensava em nada. Ou pensava em algo absoluto demais pra se tornar insignificante? Pôs as mãos no rosto a fim de descobrir todo o mistério que a cercava. Fechou os olhos momentaneamente: estrelas cobriram sua escuridão. Enxergava mais e mais pontos que não paravam de se multiplicar. Como numa fantasia tentava, (sem sucesso) agarrá-los o mais forte possível, buscando ali sua salvação.
Então, em meio ao susto, "acordou". Levantou-se, caminhou até o espelho e disse: "Eu não te reconheço. Se é para ser assim, que seja!"
Seu all star indicava passos largos.
Suspirou. Olhou para o céu...pela última vez? Mas pôde ver o que aquele brilho significava.
Abriu os braços, sentindo o vento bater no corpo. E pulou, pulou. A outra dimensão estava à sua espera.

sábado, 2 de outubro de 2010

A melhor parte de mim



Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos; fico com aqueles que fazem de mim
louca e santa. Deles não quero resposta, quero meu avesso, que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim; para isso, só sendo louco. Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou; pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Simples assim

Fico quieta. Primeiro que paixão deve ser coisa discreta, calada, centrada. Se você começa a espalhar aos sete ventos, dá errado. Isso porque ao contar a gente tem a tendência a, digamos, “embonitar” a coisa, e portanto distanciar-se dela, apaixonando-se mais pelo supor-se apaixonado do que pelo objeto da paixão propriamente dito. Sei que é complicado, mas contar falsifica, é isso que quero dizer (e pensando mais longe, por isso mesmo literatura é sempre fraude). Quanto mais não-dita, melhor a paixão. Melhor, claro, em certo sentido que signifícatambém o pior: as mais nobres paixões são também as mais cadelas, como aquelas que enlouqueceram Adele H., levaram Oscar Wilde para a prisão ou fizeram a divina Vera Fischer ser queimada feito Joana d’Arc por não ser uma funcionária pública exemplar.
Deve ser por isso que fico (ficamos todos, acho) tão abalada quando, sem nenhuma preparação, ela acontece de repente. E então o espanto e o desamparo, a incompreensão também, invadem a suposta ordem inabalável do arrumado (e por isso mesmo 'eterno') cotidiano. A morte de alguém conhecido e/ou amado estupra essa precária arrumação, essa falsa eternidade. A morte e o amor. Porque o amor, como a morte, também existe - e da mesma forma, dissimulada. Por trás, inaparente. Mas tão poderoso que, da mesma forma que a morte - pois o amor também é uma espécie de morte (a morte da solidão, a morte do ego trancado, indivisível, furiosa e egoisticamente incomunicável) - nos desarma. O acontecer do amor e da morte desmascaram nossa patética fragilidade.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

É preciso ter paciência…
Respirar fudo.
Não xingar a vida.
Levantar e seguir adiante.
Ter paciência.
Não varrer o chão com o olhar.
Não se deprimir com os pingos de chuva.
Não desviar do reflexo nas vitrines.
Paciência amigo.
Esquecer as pessoas que te ferraram.
Ser menos vingativa.
Construir mais e destruir menos.
Paciência.
Olhar a vida nos olhos.
Tirar força da alma.
Planejar melhores dias.
(…)
É preciso ter paciência…
TUDO o que eu não tenho.

domingo, 5 de setembro de 2010

Até breve, até...

Desculpa se eu não posso ficar.
Tenho compromisso marcado.
Com o vento, com o mar, com as pegadas na areia.
Me comprometi com estar lá toda noite,
presente, esperando…
Pra receber de braços abertos
o último piscar de olhos de uma estrela
que se foi há tempos.
Prometi fazer as honras.
Dedicar-lhe o momento perfeito
do primeiro gole gelado da melhor cerveja,
do primeiro beijo de adeus
do resto de nossas vidas.
Por isso não posso ficar preso.
Desculpa.
Aliás, já nem mesmo me pertenço.
Não mais…
Não posso ser teu nem de ninguém
pois já tenho compromisso.
Com caminhar nas pedras,
na água rasa,
nas ruas e nos bares.
Com dormir aqui e acordar por aí.
Com transpirar minha alma
e
“escrever por milhas”.
E todas as noites
sempre tenho que esperar por minha estrela.
Porque ela sabe que vou estar lá.
E… é tudo o que também sei.
Então ser assim é tudo o que posso prometer.
A mim, a minha estrela e a você.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Primavera, verão...chega o outono e caem todas as folhas; e no inverno, fica a árvore toda daquele jeito. Mas aí, vem vindo a primavera de novo...

sábado, 21 de agosto de 2010

Quase sem querer


Ontem resolvi de uma vez por todas sair para tentar me esquecer.
E, consequentemente esquecer de tudo que tem me acometido nos últimos tempos.
Tentar arrancar esse aperto, esse medo.
Essa sensação que de algum modo é inexplicável.
E me sufoca.
De repente, no caminho, encontro pessoas. Simples pessoas. Apenas pessoas. Talvez minhas pessoas. Um abraço, um olhar, um beijo, uma sensação de carinho recíproco que a gente não entende muito bem porque, mas que o simples fato de existir aquece seu coração de maneira encantadora. E eu percebo, novamente, que o meu eterno discurso de que "a felicidade pode ser encontrada em pequenas coisas, em simples detalhes", é totalmente real.
Conversas bobas, um pouco sem sentido; talvez até passageiras p'ra aquelas pessoas representaram algo imenso pra mim.
Uma despedida.
Um adeus.
Um até logo.
Continuo meu caminho rápido, desta vez feliz, quase que saltitante.
Mais pessoas de um passado recente, mas que p'ra mim parece longíquo e do qual eu sinto imensa saudade; abraços, olhares carinhosos, sorrisos tão sinceros que comovem minh'alma. Mais dois amigos, duas garrafas de vida, três horas que se tranformam em três dias. A essência que eu precisava p'ra não desistir, p'ra continuar; a força de pessoas que, talvez não saibam o que representam p'ra mim.
E eu tento me encontrar de novo. Sei que posso, sei que vou conseguir.
Obrigada à vocês; apenas o meu sincero obrigada que não pode dizer o quanto
vocês me ajudaram. E lá vamos nós.
"Ninguém vai me dizer o que sentir e eu vou cantar uma canção p'rá mim"

E a vida segue

Eis que na penumbra
meus olhos encontram
uma calma luz
escarlate

Luz fraca
repousando
sobre peles brancas
fotossensíveis.

É cedo.
E quão mais a luz do dia te revela
mais quero dessa paz,
desse
teu mundo tão teu.

Gosto demais disso,
calor de corpo sabe…
olhar,
toque,
presença.

Te foco tipo um gato
explorando uma casa nova
e respirando
cada click teu em tudo.

Tento remontar os passos
que nos trouxeram até aqui,
enquanto lá fora
o tempo grita,
as pessoas correm,
o mundo se engole
e absolutamente nada
nos importa.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Agosto...

Último gole.
Outro Agosto.
Quatro meses e o ano se foi...
Ainda tenho sede.
Olho pela janela e ainda não sei pelo que estou esperando.
Mas olho.
Continuamente.
E espero.
Sempre espero.
Me canso cada vez mais rápido de lugares e pessoas.
As risadas de um dia simplesmente não funcionam no dia seguinte.
E nunca são o bastante.
Os anos são cada vez mais curtos.
O passado fica cada vez maior.
O vazio não se cansa.
Corre de um lado para o outro dentro do corpo.
Gritando feito um demônio enlouquecido.
Acordo no meio da noite.
Ando perdido pela casa.
Independente de qual ela seja.
A qual época pertença.
É sempre a mesma coisa.
Mas preciso de cada vez mais álcool pra esquecer.
De cada vez mais motivos pra lembrar.
As noites continuam longas.
Os programas de TV terríveis.
Os canais são sempre os mesmos.
Os artistas são como cachorros bobos tentando distrair sua atenção.
E a gente sabe do quê, mas finge não entender.
Tenta ver o bonito.
Galãs viram tios ou pais.
Depois viram avôs ou velhos engraçados.
E não vemos a decadência.
O espelho de carne que são dos que seguram os controles remotos.
Envelhecemos com eles.
E com tudo a nossa volta.
E os bebês chegam, crescem e não dão a mínima.
Tento errar menos, mas sei que é inútil.
Decepcionar menos.
Mas sei que é tarde.
Não vai acontecer.
Eu não consigo.
Eu tento ser alguém melhor.
Mas eu não consigo.
Viro a garrafa vazia.
Últimas gotas.
Quase 38.
Quatro meses e outra garrafa de cidra barata.
Outro começo de outro fim.
Outro piscar de olhos e outro Agosto.
Mas ainda estou esperando.
Não sei pelo que.
Mas ainda estou.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Sempre com um sorriso, lembro...

Amigos são pra sempre, mesmo que o sempre não exista. Amigos são irmãos, mesmo que não possuam o mesmo sangue. Amigos sabem o que queremos dizer, mesmo que não pronunciemos uma só palavra. Amigos estão sempre próximos, mesmo que quilômetros os separem. Amigos são de fé, mesmo que não tenham a mesma crença. Amigos são presente, mesmo que tenha havido uma despedida no passado. Amigos são confiáveis, mesmo que não saibam segredos teus. Amigos são íntimos, mesmo que não chamem seus pais de pais, ou tios. Amigos são alegria, mesmo que compartilhem momentos tristes. Amigos são tesouros, mesmo que não reluzam. Amigos são convenientes, mesmo que te liguem de madrugada. Amigos são amigos, e por si só, basta. E por isso, eu amo os meus amigos.


domingo, 18 de julho de 2010

Apenas suporte...


Queria ter as respostas que não tenho para situações em que me atiro.
Ser um pouco mais como as outras pessoas aparentam ser, sabe?
De repente tudo que fez tanto sentido pra mim não parece ser tão certo.
De repente me sinto novamente como a formiga frente ao tsunami.
Como se o mundo fosse me lavar a alma e me forçar a reconstruir a vida.
De repente não faz mais sentido ficar guardando folhas e cascas para o inverno.
De repente é só a grande onda e a morte iminente.
E o difícil é sentir que de tempos em tempos isso acontece.
De tempos em tempos
“I can´t get no satisfaction”…
E sempre sinto essa angústia.
Esse aperto inexplicável na garganta.E tudo fica pior pois todo mundo pensa que meu problema é com as outras pessoas.
Quando SEMPRE é comigo.
O inferno SEMPRE está em mim.
SEMPRE…
(…)
As vezes isso me cansa.
As vezes SEMPRE.
(…)
Queria ser diferente.
Juro que queria.
(…)
E o relógio segue.
Incessante.
Onipotente.Inflexível.
Onipresente.

Sem resposta

Manhã fria de neblina. Há um mormaço que inibe a visão lá fora...
Tanta coisa na cabeça, tanta coisa acontecendo...
Levanta e vai tomar banho; tenta não pensar em nada.
O único barulho é da água do chuveiro. Caindo. Caindo.
"Porque você não é igual a todo mundo?"
Não conseguia responder. Não podia. Não sabia.
Por mais que tentasse não conseguia;
Perdão.
Se sentia culpada até por aquilo que acreditava;
O que é o certo?
Simplesmente não se pode fugir de quem você é.
Ai...esse mundo não merece nossa tristeza.


O êxito tem vários pais, órfão é o seu revés. Aos que sofrem por fim o céu abranda raiva.
O que trago sobre os ombros
é meu e é só meu. Sustento sem implorar a benção e o pesar, mas vil é desdenhar do que não se pode ter.
Vive tão disperso, olha pros lados demais, não vê que o futuro é você quem faz porque o fracasso lhe subiu a cabeça.
Atribui ao outro a culpa por não ter mais, declara as uvas verdes mas não fica em paz porque o fracasso lhe subiu a cabeça.
O maestro bem falou: a ofensa é pessoal.
Quem aponta o traidor é quem foi traído. Já sabe o que é cair, ao menos tentou ficar de pé. E vítima de si, despreza o que nunca vai ter.
Mais verde é sempre além do que se pode ver...
Ah porque.. O fracasso lhe subiu a cabeça.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

O tempo não pára e a gente ainda passa correndo



Por mais que eu tente, não consigo escrever nada perto da genialidade e da grande pessoa que você foi e representa pra mim.
É tão incrível como as coisas da vida acontecem, hoje o dia do aniversário de 20 anos de sua partida o grande produtor Ezequiel Neves também deixa esta terra para juntar-se àqueles que já se foram, mas que apesar disso ainda são motivos de orgulho de contentamento. As coincidências da vida me assustam.
Cazuza viveu cada dia de sua vida intensamente, desfrutou e aproveitou cada momento que pôde (enquanto pôde) e a natureza parece ter se vingado de sua grande paixão pela vida.
Nem mesmo a doença impediu que ele extraísse ao máximo tudo que podia e acreditava.
Viveu ao máximo tudo; lutou enquanto tinha forças, mas a doença foi mais forte e no dia 07 de Julho de 1990, o grande Cazuza morria em sua casa, após 5 anos de batalha. O choque foi tão extremo que seu pai teve um colapso nervoso e não conseguiu assistir a cerimônia do velório nem ao enterro; sua mãe chorou desoladamente tudo que não chorara nos últimos cinco anos (em promessa ao filho, para não vê-lo desistir); Ezequiel chorava e não deixou seu corpo por nenhum momento; Frejat fechava os olhos para viver somente a tua lembrança.
Nunca entendi muito bem a morte, sempre preferi acreditar nisso como um momento de "partida", meio aquela coisa de que todo mundo que vai é por que alguém vai chegar; mas ainda prefiro acreditar que nunca se diz "adeus", mas que toda separação se dá para que tenhamos um reencontro melhor.
Espero por nosso reencontro.
Cazuza, você passou por aqui e de algum modo se eternizou, deixou sua marca e conseguiu passar sua mensagem; Deus te quis mais perto. Você cumpriu sua missão, até breve.

"O amor é o ridículo da vida, a gente procura nele uma pureza impossível, uma pureza que está sempre se pondo, indo embora. A vida veio e me levou com ela. Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga ideia de paraíso que nos persegue bonita e breve como as borboletas, que só vivem 24 horas. Morrer não dói."

- Cazuza
[ 04/04/58 - 07/07/90 ]



Da Terra do Nunca...


Um dia teve ideias, ideias e mais ideias; em vão, acreditou que pudesse contribuir para mudar o mundo (ah! mas isso ainda não acabou...ela sonha tanto) e mesmo sabendo que isso poderia não se tornar real, continuou acreditando. Começou a escrever a fim de se encontrar, era quando ela podia simplesmente ser ela mesma, sem ter que agradar as pessoas. Sabe de cor todas as músicas da Legião Urbana (o que não é lá grande feito) e é fã incondicional de Cazuza, Beatles, Lobão, Chico Buarque, Raul Seixas, Caetano e Djavan. Escreve poemas e histórias sobre pessoas que não conhece (ou talvez conheça e só não tenha se dado conta disso ainda) e acha professores fascinantes (um mais do que os outros, mas vá...). Não gosta de dentistas, filas de espera, música de elevador, nem de gente falsa ou sem criatividade. Gosta muito de cinema e esta realmente preocupada com boatos de que a Terceira Guerra pode começar antes que ela cumpra a promessa de ir à Mogi das Cruzes para se encontrar com os extra terrestres. Como todo ser humano, mente em casos de emergência e todos sabem que não é nem um pouco criativa. Ninguém sabe, mas foi ela quem matou Sid Vicious em 1432 a.C.
É...algo sobre mim.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Um presente de Deus...

Se por um instante Deus se esquecesse de que sou uma marioneta de trapos e me presenteasse com mais um pedaço de vida, eu aproveitaria esse tempo o mais que pudesse...
Possivelmente não diria tudo o que penso, mas definitivamente pensaria tudo o que digo. Daria valor às coisas, não por aquilo que valem,mas pelo que significam. Dormiria pouco, sonharia mais, porque entendo que por cada minuto que fechamos os olhos, perdemos sessenta segundos de luz. Andaria quando os demais se detivessem,acordaria quando os demais dormissem.
Se Deus me presenteasse com um pedaço de vida, deitava-me ao sol, deixando a descoberto, não somente o meu corpo, como também a minha alma. Aos homens, eu provaria quão equivocados estão ao pensar que deixam de seenamorar quando envelhecem, sem saberem que envelhecem quando deixam de se enamorar...A um menino eu daria-lhe asas, apenas lhe pediria que aprendesse a voar. Aos velhos ensinaria que a morte não chega com o fim da vida, mas sim com o esquecimento.
Tantas coisas aprendi com Vós homens…. Aprendi que todo o mundo quer viver no cimo da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a escarpa. Aprendi que quando um recém nascido aperta com a sua pequena mão, pela primeira vez, o dedo do seu pai, agarrou-o para sempre. Aprendi que um homem só tem direito a olhar o outro de cima para baixo, quando está a ajudá-lo a levantar-se.
São tantas as coisas que pude aprender com vocês, mas agora, realmente de pouco me irão servir, porque quando me guardarem dentro dessa caixa, infelizmente estarei morrendo. Sempre diz o que sentes e faz o que pensas.
Supondo que hoje seria a última vez que te vou ver dormir, te abraçaria fortemente e rezaria ao Senhor para poder ser o guardião da tua alma. Supondo que estes são os últimos minutos que te vejo, diria-te “te amo” e não assumiria, loucamente, que já o sabes.
Sempre existe um amanhã em que a vida nos dá outra oportunidade para fazermos as coisas bem, mas pensando que hoje é tudo o que nos resta, gostaria de dizer-te o quanto te quero, que nunca te esquecerei. O amanhã não está assegurado a ninguém, jovens ou velhos.
Hoje pode ser a última vez que vejas aqueles que amas. Por isso, não esperes mais, fá-lo hoje, porque o amanhã pode nunca chegar. Senão, lamentarás o dia em que não tiveste tempo para um sorriso, um abraço, um beijo e o teres estado muito ocupado para atenderes esse último desejo. Mantém os que amas junto de ti, diz-lhes ao ouvido o muito que precisas deles, o quanto lhes queres e trata-os bem, aproveita para lhes dizer, “perdoa-me”, “por favor”, “obrigado” e todas as palavras de amor que conheces.
Não serás recordado pelos teus pensamentos secretos. Pede ao Senhor a força e a
sabedoria para os expressar. Demonstra aos teus amigos e seres queridos o quanto são importantes para ti.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Marcee não pode ser real;


"Eu fiz a maior descoberta de minha vida. É apenas na equação misteriosa do amor que qualquer razão lógica pode ser encontrada. Eu só estou aqui essa noite por você. Você é a única razão pela qual sou… você é toda minha razão."
- Dr. John Nash


domingo, 20 de junho de 2010

E sempre está tudo bem...


Sou assim, viciada em vícios. Um gosto bizarro e incontrolável por maus hábitos. Gosto de enlouquecer as vezes. Pareço uma chaleira fervendo o tempo todo que por vezes precisa apitar pro mundo baixar o fogo por algum tempo. Mas que sempre volta a ficar quente. Não consigo evitar, é a maneira que mais amo de viver minha vida. E não consigo deixar de olhar para as vidas chatas de pessoas mediocres, certinhas, que tentam o tempo todo não surtar pra serem aceitas. No meu bairro, no metrô, nas ruas, na televisão, até mesmo nas baladas onde vão sei lá porque, sentam num canto na hora que chegam e só levantam os rabos na hora de irem embora… No meu mapa de existência mundial elas estão marcadas com a cor cinza e representam as áreas nada divertidas. E isso não tem nada a ver com loucura. Tenho amigos que nem cerveja tomam e que piram mais que qualquer alcoólatra que conheço. Tem a ver com o jeito que a gente encara a vida, sabe? O fato é que eu seria uma suicida em potencial se acordasse e me visse preso nas áreas cinzas do planeta. Tá que eu não sou tudo o que queria ser, mas pelo menos não sou o que não queria. É, não devo ser tão ruim assim...

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Adeus, Saramago


E lembro-me como se fosse ontem a primeira vez em que nos conhecemos...lembro-me de como li, apaixonadamente cada palavra sua e como delirei ai escrever sobre você. Como tudo aquilo pode um dia mudar me vida e acabar, por fim, junto com outros norteando e me dizendo o que fazer, por onde ir, que caminho seguir.
Nem tua vida, nem tua morte cabem numa frase. Sem ter nenhuma pressa, nunca perdeu tempo em coisa alguma; tão García Márquez feito um personagem de "Cem anos de solidão"...mesmo sem chances de recuperação, com seu destino traçado há tempos, acreditava fervorosamente na possibilidade de um novo milagre, como aquele que te acometeu ano passado, quando todos já perdiam a esperança; egoísmo da minha parte não querer deixar-te partir em tua eterna viajem.
Orgulhosamente posso chamar-te de amigo íntimo, assim como à Drummond, já que estiveram comigo em diversos momentos e tornaram-se importantes e essenciais, mesmo sem saber de minha humilde existência.
E repito, nem sua vida nem sua morte podem caber numa frase, então, apenas esta frase sem palavras à você, que brincava com elas magistralmente.

Vá em paz, querido José Saramago, que os anjos te recebam com os aplausos que merece; você já cumpriu seu legado.

"Há esperanças que é loucura ter. Pois, digo-te, que se não fossem essas eu já teria desistido da vida"
- José Saramago (16/11/1922 - 18/07/2010)

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Minha Divina Comédia


"Por mim se vai à idade dolente,
Por mim se vai à eterna dor,
Por mim se vai à perdida gente.

Justiça moveu o meu alto criador,
Que me fez com o divino poder,
O saber supremo e o primeiro amor.

Antes de mim, coisa alguma foi criada
Exceto coisas eternas e eterna eu duro.
Deixai toda a esperança, vois que entrais!"

- Dante Alighieri