domingo, 30 de janeiro de 2011

preenchendo a insônia

Realmente não me importa ter que, um dia, começar tudo de novo.
Estou me complementando aqui, eu acho, e depois não sei.
(Caio F. Abreu)

E antes de aprender a ser livre,
tudo eu aguentava - só para não ser livre...
(Clarice Lispector)


De repente, pra se ter coragem é necessário ter medo. É tão difícil pensar nisso. O medo sempre me travou em algumas coisas; o medo de perder, de seguir em frente.
Às vezes, quando você nota que está indo contra aquilo que prega pode notar, ao menos por um instante, o quanto o mundo é irônico.


Quando a gente segura um vidro a gente tem medo de quebrá-lo.



Engraçado como algumas coisas aparecem no momento certo. Mas, de vez em quando, simplesmente tem que acontecer, Caio, e não podemos evitar.

A vida é doce!

O marinheiro fantasma. Obrigada Caio e João Luiz, por melhorar minha visão e me ajudar a seguir em frente. Estou liberta agora.


Caminhando com ninguém,
a cidade ao meu redor
eu quero um alento para um recomeço!


"Que seja doce!" É a frase do ano e eu espero que seja.


Boa noite!

depois não sei


Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das
pessoas apenas existe.
(Oscar Wilde)
Você não é minha destruição. Se eu fosse considerar, já o fazendo, eu sou minha a própria. Eu torno as ciosas ruins maiores, piores. Insuportaveis. E tomo as dores por isto. Absorvo. Ou talvez eu seja uma das poucas que enxerga o verdadeiro lado da realidade.. Mas mesmo assim ainda me iludo.
Você viu meus auto-infligidos. Eu vi os teus e assisti à tua dor. E mesmo assim, senti uma vontade maior de estar junto à ti, de poder afastar o mal que te assombra, pois sei que juntas nos tornaríamos fortes o bastante para suportar isso tudo..Ou talvez o nome disto seria felicidade.
As coisas boas que por raridade aparecem em minha sobrevivência, talvez passem por despercebidas por meu olhar perdido e sem foco.
Porém, tropecei em uma pedra raríssima no meu jardim de espinhos; e antes de me arrastar em frente, olhei para ela, e pela primeira vez meu olhar teve um foco, minha face apresentou um sorriso verdadeiro de algo bom (que até os dias que passam, não sei explicar bem o que é), e eu me tornei viva.

Anny, se você não suportar, saiba que eu lhe buscarei (e sabes o que estou querendo mencionar). Você faz parte de meu ser agora, e eu não viverei sem parte dele. Eu te amo.

domingo, 23 de janeiro de 2011

enfim.

A gente nunca sabe o que nos espera do outro lado.Às vezes, um simples e pequeno passo torna a tua vida diferente e você fica olhando p'ra trás e se perguntando "como tudo teria sido se eu tivesse pego a outra estrada?"

"Diante de mim havia
duas estradas. Eu escolhi a menos
percorrida e isso fez toda a diferença."

(Robert Frost)


Não, não pense que é arrependimento. Estou feliz em ter pego está estrada, embora, ache que não é a estrada de tijolos amarelos; só queria entender melhor algumas coisas (talvez, eu devesse começar por uma suave tarde de novembro...). Mas cada vez mais percebo que realmente escolhi a menos percorrida.

Ah, o cansaço. Estou realmente muito cansada e sei que há alguma coisa que precisa ser salva antes que fique demasiadamente tarde demais. E em cada noite, descobrir um motivo razoável para acordar de manhã.

Essa morte constante das coisas é o que mais dói. É. Talvez seja esse o (re) começo.

Santidade de escrever,
Insanidade de escrever
equivalem-se. O sábio
equilibra-se no caos.
(Carlos Drummond)

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Tudo bem, Bob Dylan, você tem razão...


Não foi nada. Deu saudade, só isso.
De repente, deu tanta saudade.
(Caio F. Abreu)

Não aprendo. É uma luta contra mim mesma. Meus olhos insistem em não enxergar, em permanecerem egoístas. Isto só faz meu coração ficar cada vez mais cego. Sozinho.
Mas meu mundo não pode correr só, e felizmente, existem pessoas que além de empurrarem-no, juntam-se à ele em uma jornada, dispostas a caminhar e enfrentar. Dispostas a darem de si. Dispostas a apoiarem. Dispostas a amarem uma garota perturbada. Vozes. Sombras. Pesadelos.
Até que ponto eu ousaria em julgar? Até que ponto eu me isolaria em meu quarto, e passaria madrugadas em meio ao sangue puro, fiel e inocente, porém ignorante? (Não vou mentir, ainda sou fraca, e ainda o faço).
Até que ponto vou suportar e continuar a machucar seres que só tentaram uma aproximação?
Sou assombrada, e isto não vai me deixar tão cedo.
Na foto extremamente velha, eu junto a doce Francielle.
Devo muito à ela. Desculpas, à princípio.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Good Lucky!

Sim, havia muitas coisas alegres
misturadas ao sangue.
Clarice Lispector

Como é que eu podia saber que aquelas
rosas eram carnívoras?
C. Fernando Abreu


E, na verdade, não era a vida que a assustava e sim a morte. A ideia que de tudo poderia simplesmente acabar de repente e de um corpo cheio de sonhos, adrenalina, receio e vontade, se tornar um corpo em putrefação em baixo da terra.
Mas um dia, simplesmente acordou e perdeu. Perder. É uma palavra tão dura e nunca nos damos conta de que algumas coisas podem fazer falta e você só nota que elas fazem falta quando não estão mais ali. E ao perder, mudou; sem perceber e ao mesmo tempo percebendo.
A vida era essa e agora ela vivia destemida; cansada de gente chata, careta. Descobriu que só quem se mostra se encontra, por mais que se perca no caminho...
E agora, ela ansiava por percorrer cada centímetro desse caminho e sentí-lo inteiramente, poder degustá-lo como a uma torta de limão, que ao mesmo tempo em que é doce, também é amarga.

"E eu vou jogar aos céus meus braços
e não olhar mais p'ra trás."
N. Altro

E agora ela iria "para a vida" sem temer o amanhã. Fecha os olhos, sente a brisa e se entrega...pela primeira vez, em muito tempo, não se preocupava e nem temia o amanhã; apenas esperava. Que seja doce!