sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Primavera, verão...chega o outono e caem todas as folhas; e no inverno, fica a árvore toda daquele jeito. Mas aí, vem vindo a primavera de novo...

sábado, 21 de agosto de 2010

Quase sem querer


Ontem resolvi de uma vez por todas sair para tentar me esquecer.
E, consequentemente esquecer de tudo que tem me acometido nos últimos tempos.
Tentar arrancar esse aperto, esse medo.
Essa sensação que de algum modo é inexplicável.
E me sufoca.
De repente, no caminho, encontro pessoas. Simples pessoas. Apenas pessoas. Talvez minhas pessoas. Um abraço, um olhar, um beijo, uma sensação de carinho recíproco que a gente não entende muito bem porque, mas que o simples fato de existir aquece seu coração de maneira encantadora. E eu percebo, novamente, que o meu eterno discurso de que "a felicidade pode ser encontrada em pequenas coisas, em simples detalhes", é totalmente real.
Conversas bobas, um pouco sem sentido; talvez até passageiras p'ra aquelas pessoas representaram algo imenso pra mim.
Uma despedida.
Um adeus.
Um até logo.
Continuo meu caminho rápido, desta vez feliz, quase que saltitante.
Mais pessoas de um passado recente, mas que p'ra mim parece longíquo e do qual eu sinto imensa saudade; abraços, olhares carinhosos, sorrisos tão sinceros que comovem minh'alma. Mais dois amigos, duas garrafas de vida, três horas que se tranformam em três dias. A essência que eu precisava p'ra não desistir, p'ra continuar; a força de pessoas que, talvez não saibam o que representam p'ra mim.
E eu tento me encontrar de novo. Sei que posso, sei que vou conseguir.
Obrigada à vocês; apenas o meu sincero obrigada que não pode dizer o quanto
vocês me ajudaram. E lá vamos nós.
"Ninguém vai me dizer o que sentir e eu vou cantar uma canção p'rá mim"

E a vida segue

Eis que na penumbra
meus olhos encontram
uma calma luz
escarlate

Luz fraca
repousando
sobre peles brancas
fotossensíveis.

É cedo.
E quão mais a luz do dia te revela
mais quero dessa paz,
desse
teu mundo tão teu.

Gosto demais disso,
calor de corpo sabe…
olhar,
toque,
presença.

Te foco tipo um gato
explorando uma casa nova
e respirando
cada click teu em tudo.

Tento remontar os passos
que nos trouxeram até aqui,
enquanto lá fora
o tempo grita,
as pessoas correm,
o mundo se engole
e absolutamente nada
nos importa.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Agosto...

Último gole.
Outro Agosto.
Quatro meses e o ano se foi...
Ainda tenho sede.
Olho pela janela e ainda não sei pelo que estou esperando.
Mas olho.
Continuamente.
E espero.
Sempre espero.
Me canso cada vez mais rápido de lugares e pessoas.
As risadas de um dia simplesmente não funcionam no dia seguinte.
E nunca são o bastante.
Os anos são cada vez mais curtos.
O passado fica cada vez maior.
O vazio não se cansa.
Corre de um lado para o outro dentro do corpo.
Gritando feito um demônio enlouquecido.
Acordo no meio da noite.
Ando perdido pela casa.
Independente de qual ela seja.
A qual época pertença.
É sempre a mesma coisa.
Mas preciso de cada vez mais álcool pra esquecer.
De cada vez mais motivos pra lembrar.
As noites continuam longas.
Os programas de TV terríveis.
Os canais são sempre os mesmos.
Os artistas são como cachorros bobos tentando distrair sua atenção.
E a gente sabe do quê, mas finge não entender.
Tenta ver o bonito.
Galãs viram tios ou pais.
Depois viram avôs ou velhos engraçados.
E não vemos a decadência.
O espelho de carne que são dos que seguram os controles remotos.
Envelhecemos com eles.
E com tudo a nossa volta.
E os bebês chegam, crescem e não dão a mínima.
Tento errar menos, mas sei que é inútil.
Decepcionar menos.
Mas sei que é tarde.
Não vai acontecer.
Eu não consigo.
Eu tento ser alguém melhor.
Mas eu não consigo.
Viro a garrafa vazia.
Últimas gotas.
Quase 38.
Quatro meses e outra garrafa de cidra barata.
Outro começo de outro fim.
Outro piscar de olhos e outro Agosto.
Mas ainda estou esperando.
Não sei pelo que.
Mas ainda estou.