sexta-feira, 18 de junho de 2010

Adeus, Saramago


E lembro-me como se fosse ontem a primeira vez em que nos conhecemos...lembro-me de como li, apaixonadamente cada palavra sua e como delirei ai escrever sobre você. Como tudo aquilo pode um dia mudar me vida e acabar, por fim, junto com outros norteando e me dizendo o que fazer, por onde ir, que caminho seguir.
Nem tua vida, nem tua morte cabem numa frase. Sem ter nenhuma pressa, nunca perdeu tempo em coisa alguma; tão García Márquez feito um personagem de "Cem anos de solidão"...mesmo sem chances de recuperação, com seu destino traçado há tempos, acreditava fervorosamente na possibilidade de um novo milagre, como aquele que te acometeu ano passado, quando todos já perdiam a esperança; egoísmo da minha parte não querer deixar-te partir em tua eterna viajem.
Orgulhosamente posso chamar-te de amigo íntimo, assim como à Drummond, já que estiveram comigo em diversos momentos e tornaram-se importantes e essenciais, mesmo sem saber de minha humilde existência.
E repito, nem sua vida nem sua morte podem caber numa frase, então, apenas esta frase sem palavras à você, que brincava com elas magistralmente.

Vá em paz, querido José Saramago, que os anjos te recebam com os aplausos que merece; você já cumpriu seu legado.

"Há esperanças que é loucura ter. Pois, digo-te, que se não fossem essas eu já teria desistido da vida"
- José Saramago (16/11/1922 - 18/07/2010)

Um comentário:

  1. Lindo texto!!!!

    Só que acho que ele morreu em 18/06, né?

    Beijo! Parabéns!!!!

    (saudades)

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