quarta-feira, 9 de março de 2011

Número Ímpar - uma tarde

Sejamos como a primavera que renasce cada dia mais bela...exatamente
porque nunca são as mesmas flores.
Clarice Lispector
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Ninguém toma de ninguém esse tipo de coisa, ninguém.
Caio F. Abreu
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Nunca ninguém sabe dizer como começou. Simplesmente, quando podem se dar conta, as coisas estão ali, já em seu rumo. Destino? Vida.
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E assim éramos nós. Sem explicação. Sem sentido. Simplesmente éramos.
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Se os números pares eram o ápice da perfeição, iríamos contra qualquer lógica instituida pela matemática. Era o ímpar, o três, que deixava tudo completo. Diferentes. Completos. Unidade.
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O primeiro era vindo de uma criação totalmente lógica. E foi a lógica, que hoje ele tanto abomina, que fez dele tudo que é hoje e o levou por esses caminhos, antes inesperados, hoje já conhecidos e dominados.
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O segundo era cheio de dogmas e arramas. Puritanismo. Puro. Assim era. Aos poucos foi se libertando de todas as amarras, mas a essência nunca mudou.
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Enquanto ela vivera desde sempre uma vida condicionada e sempre pedia desculpas até por aquilo que não fazia. Condicionada a aceitar e fazer tudo aquilo que lhe mandavam. Mas um dia ela mudou. Sem querer e sem saber porque. Simplesmente mudou. Se tornou impulsiva e (re)começou viver.
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Quando eles se encontraram, o certo é que tudo desse errado. Mas não. Entre ódio, amor, cuidado e carinho, construiram algo. Inexplicável. Sem igual. Sem nome.
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E passam os dias. Anos. Rumos diferentes.
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E no fim do dia me encontro ali, no chão de uma sala e quando olho p'ro lado vejo os três. Diferentes. Mas os mesmos três que um dia, Deus sabe lá porque, se encontraram.
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E é entre conversas sem sentido, risadas escandalosas, esganiçadas, abraços, alguns tapas que eu tive o prazer de descobrir o que é verdadeiro.

Um comentário:

  1. LINDO! Farei questão de comentar em todos os seus textos a partir de agora.

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